O Court Central e os edifícios associados foram construídos no local da antiga Quinta do Rodízio, onde havia um chalet de veraneio em que morou Almeida Garrett na década de 40 do século XIX. Em 1870, era propriedade do famoso político legitimista e jurisconsulto Carlos Zeferino Pinto Coelho.
Nessa zona, havia uma antiga ponte sobre o Jamor, que fazia o acesso a Linda-a-Pastora, da mesma época da que ainda hoje existe perto da foz.
Com a construção do Estádio Nacional nos anos 40, desapareceram virtualmente todos os vestígios do passado agrícola desses terrenos, embora ainda sobrem pequenos testemunhos na zona do casario junto aos courts superiores: muros de sustentação de terras em pedra aparelhada, regueiras de drenagem em pedra trabalhada, uma mina de água. Nas casinhas modestas que ainda hoje aí subsistem, continuam a ser cultivadas pequenas hortas.
Projecto de Caldeira Cabral e Wiesner, datado de 12 de Outubro de 1938 |
A ideia de construir um complexo destinado ao ténis é praticamente contemporânea da decisão de construir o Estádio de Honra, embora só tenha sido posta em prática mais tarde, mas sob o lápis de um dos seus grandes obreiros, Miguel Jacobetty Rosa.
O traço distintivo deste, já realçado no edifício dos Balneários do Estádio de Honra e na sua Tribuna, surge-nos novamente nas instalações destinadas ao ténis, com os seus alpendres assentes em colunatas de arco de volta perfeita.
Desde cedo, foi um local de eleição da sociedade chique, que aí se deslocava para fazer o seu “sport” e para ver e ser vista, como hoje ainda sucede durante o Estoril Open.
Os campos de ténis do Jamor desempenharam um relevante papel na história da modalidade no nosso país.
Uma escola de ténis, chamada Centro de Iniciação de Ténis da Cruz Quebrada, foi criada no contexto do Estádio Nacional em Outubro de 1967, por iniciativa do Prof. Alfredo Vaz Pinto. Foi a primeira escola de ténis em Portugal a ministrar aulas em grupo.
Em Setembro de 1972, surge o Clube de Ténis do Jamor, impulsionado por Américo Sáragga Leal, com o objectivo intuito de dar aos alunos da escola uma perspectiva de competição. Segundo os seus estatutos, o clube destinava-se a "promover a prática e expansão do ténis em estreita colaboração e apoio ao Centro de Iniciação de Ténis do Estádio Nacional".
Com o 25 de Abril, o Centro de Iniciação passou para a alçada da Direcção Geral dos Desportos, ficando portanto sob a tutela directa do Estado.
Nos finais dos anos 90, o movimento é exactamente em sentido inverso: em Março de 1989, o Estádio Nacional propôs ao Clube de Ténis do Jamor que a Escola de Iniciação voltasse a estar sob sua alçada, como ainda hoje sucede, embora já ao abrigo dum protocolo com o IDP.
As estruturas desportivas são intensamente utilizadas, por centenas de praticantes amadores e também por alguns profissionais.
Com o 25 de Abril, o Centro de Iniciação passou para a alçada da Direcção Geral dos Desportos, ficando portanto sob a tutela directa do Estado.
Nos finais dos anos 90, o movimento é exactamente em sentido inverso: em Março de 1989, o Estádio Nacional propôs ao Clube de Ténis do Jamor que a Escola de Iniciação voltasse a estar sob sua alçada, como ainda hoje sucede, embora já ao abrigo dum protocolo com o IDP.
As estruturas desportivas são intensamente utilizadas, por centenas de praticantes amadores e também por alguns profissionais.
Ontem, como hoje, é um dos locais emblemáticos do ténis em Portugal. Pelo seu court central, carinhosamente apelidado “Centralito”, passaram muitos nomes sonantes e outros, não menos conhecidos, pelas suas bancadas.
O Court central e os edifícios que lhe estão associados foram projectados por Miguel Jacobetty Rosa, em estilo “Português Suave”, remetendo-nos para referências campestres, de grandes alpendres de arcos romanos, duma frescura imemorial, cara aos povos peninsulares.
Esteticamente, procurou-se aligeirar a construção, dando-lhe a graciosidade e o carácter.
O court localiza-se no centro da cuva e está orientado no sentido norte-sul, sendo ladeado a nascente e poente por nove filas de bancadas dispostas em degraus. O topo sul é ocupado por um talude relvado e o topo norte pela Tribuna da Presidência. Os degraus de cantaria foram estudados de forma a garantir uma boa visibilidade.
A circulação entre os lugares faz-se através de amplas galerias com arcaria de arco de volta perfeita, que ladeiam as bancadas.
Nos corpos de gaveto de cada lado da arcaria de entrada situam-se a sala de chá, à direita, e a sala de jornalistas e sanitários, à esquerda. Os corpos de gaveto que ladeiam a Tribuna da Presidência são destinados às instalações dos jogadores de ambos os sexos.
Inauguração do Estádio Nacional 10 de Junho de 1944
Artigo escrito por Amigos do Estádio Nacional
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