Existe na Cruz Quebrada um cruzeiro, aparentemente muito venerado pela população. Ora segundo reza uma das lendas, durante as Invasões Francesas o Cristo desse Cruzeiro, moldado em bronze, foi roubado pelos franceses, para ser derretido e fazer canhões. Logo a população garantiu que à noite, sem o seu Cristo, a cruz dava brados ou sejam gritos para o ar. Passou por isso a chamar-se Cruz Que Brada. O tempo que tudo muda e cura, encarregou-se de lhe modificar o nome para Cruz Quebrada, nome que ainda hoje tem.
Outra lenda à volta do nome da Cruz Quebras é contada na obra de MIRANDA, Jorge "Viagem pelas Lendas do Concelho de Oeiras" editado pela Câmara Municipal de Oeiras, e que diz nas paginas 1998 , p.26 :
"A paisagem da encosta de Santa Catarina de Ribamar era animada pelo alegre movimento das alvas velas de um moinho, então aí existente. Fronteiro, mais abaixo, sobranceiro ao Jamor, a presença protectora de um cruzeiro.
Simão Brás, o seu moleiro, homem rude e lerdo, prendera-se de amores, não correspondidos, a uma padeira do vizinho lugar de Linda-a-Pastora. Desesperado pelo insucesso, quase a raiar a loucura, procurou lenitivo nas prédicas de um “luterano do norte” que o convenceu que o símbolo da redenção era um sinal pagão.
Por a sua paixão não ter obtido o apoio divino, num assomo de incontido e violento despeito iconoclasta, então, noite alta, foi-se à cruz, pensando não ser observado, e derrubou-a, mutilando-a. Vingara-se, mas perdera-se, porque madrugadoras lavadeiras, que cedo passavam para a sua tarefa no Jamor, viram-no. Surpreendidas e assustadas, fugiram e denunciaram a insólita situação.
Preso na Inquisição, Simão Brás passou por torturas nos cárceres do Rossio e foi condenado pelo Tribunal à pena máxima. Foi então “queimado vivo no lugar em que mutilara a cruz”.
“Clero, nobreza e povo, começaram desde então a vir em romaria de penitência ao sítio do sacrilégio, que se ficou chamando da “Cruz Quebrada” em memória do atentado”."
Sem comentários:
Enviar um comentário