quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um autentico abuso e falta de respeito pela Localidade



Hoje há hora de almoço quando me deslocava calmamente para beber um café á portaa de minha casa deparei-me com algo que deixaria qualquer pessoa inteligente estupefacta, nas estátuas dos Leões colocadas a meio da Alameda Fernão Lopes por Penha Michó quando do arranque da Urbanização em 1967 estava colocada publicidade de um Restaurante nas proximidades nos rebosdos das ditas estatuas. Era uma autentica feira no que é um autentico monumento da localidade, Pataniscas de Bacalhau Saladas de Frango e Menus do dia á mistura com uma obra de arte de Procopio Gageiro (como indica a marca na lateral da base das estatuas) que para quem não sabe é um Mestre Artesão com trabalhos reconhecidos no mundo inteiro como podem verificar pela peça que publicamos a seguir.
Ora a Gazeta esta sempre vigilante e sempre que pode actua, portanto antes do café achamos por bem acabar com este autentico atentado ao meu orgulho de Miraflorense, dirigimos-nos então ao dito Restaurante e falamos com o dono do referido estabelecimento que após tomar conhecimento das consequencias deste abuso e mediante o facto de termos mencionado que tinhamos tirado fotografias e que teria o tempo de eu tomar cafe para retirar a feira de cima dos Leões... assim o fez e dois minutos depois o estendal estava retirado.
Senhores comerciantes o respeito pela localidade é algo que se exige e caso se venha a repetir a brincadeira enviaremos uma queixa para as autoridades competentes sem a minima demora, o nosso obrigado !

aqui deixamos então e para os que desconhecem que temos umas autenticas obras de arte de um dos mais conceituados Mestres Canteiros Artesãos  Portugueses á vossa porta, um explendido texto de Cristina Correia Pinto


Procópio Gageiro um canteiro artesão... “com trabalhos espalhados pelo mundo inteiro”

Com trabalhos espalhados pelo mundo inteiro, Procópio Martinho Gageiro é um autodidacta como canteiro artesão. A viver em Casal de S. João, freguesia de Vila Cova de Alva, há 3 anos, explica-nos que, enquanto artista, tem falta de apoios e que as dificuldades na arte têm sete, oito anos, por causa dos Governos”.
Aos 76 anos de idade, abre-nos o seu álbum de memórias e guia-nos até à sua vida em Fanhões, freguesia de Loures, alertando-nos que desde pequeno que tem o dom de trabalhar a pedra, para dar vida a estatuetas, leões, candeeiros, relógios de sol, santos, enfim... é só lhe pedirem que ele faz com amor. “Eu quando me ponho a fazer um trabalho gosto de fazer tudo. Eu trabalho com gosto, com amor, por amor, Não sou daquelas pessoas que começam a fazer uma peça e daqui por um bocadinho abalam. Eu quando estou a fazer uma peça, seja ela qual for, estou a trabalhar com amor à arte”, desabafa.
Porém, em criança queria trabalhar num talho, “porque os senhores do talho abalavam às 6 da manhã de casa e, chegavam à uma, duas da tarde”, revela argumentando que assim “tinha a tarde livre para brincar e andar na paródia”. Mas, as dificuldades lançaram-no para uma pedreira. “O meu pai disse: Nós somos pobres, tens que ir trabalhar para as pedreiras como os outros. Tens que ir para lá trabalhar”, recorda.
Assim foi, e com 13 anos, Procópio Gageiro andava na Serra de Alcoites, numa pedreira. “Havia lá canteiros a trabalhar e, eu andava lá debaixo do domínio deles. Chamavam-se oficiais. Ganhavam 18 escudos, naquela altura... lembro-me bem. Eu fui ganhar 10 tostões”, relembra.
“Tive a trabalhar até aos 18, 19 anos nas pedreiras, depois comecei a trabalhar num depósito, nas obras. Passei um bocado mau. Andei, também, numa oficina na Fonte Santa, Pardal Monteiro, em Pêro Pinheiro, andei em Lisboa, a trabalhar no Alberto Beto e, outras coisas mais assim”.
Aos 21 anos de idade passou pela Infantaria 1, na Calçada da Ajuda e, aos 38 anos de idade dedicou-se ao seu dom, trabalhar a pedra.

“Calcário semi-rijo é a pedra melhor para fazer este tipo de artesanato”


“Eu ia mais o meu pai a Lisboa e via aquelas estátuas nas propriedades, – que antigamente faziam-se, agora é que não se faz nada. É tudo direito, não há obras nenhumas de arte – e, eu dizia: “Oh pai, eu era capaz de fazer aquilo.
- O quê? Tu eras capaz de fazer aquilo?
- Pois, não me mete susto nenhum.
Já era a vocação que estava dentro de mim para fazer. E, não tinha medo nenhum de fazer. Fosse leões em pedra como eu cheguei a ver, como imagens e outras coisas mais que via naqueles varandins e, outras coisas de arte que há ali ao pé do Monumental antigo. No Saldanha, ainda há hoje, aquelas mísulas talhadas com estatuetas ali, assim a fingir que estão a segurar os varandins. Está claro, eu não tinha susto nenhum fazer aquilo”, conta.
E, a prová-lo estão os diversos diplomas e prémios que recebeu na Feira Internacional do Estoril e em Feiras, tais como na Batalha, Coimbra, Azambuja e, Gondomar. “Fiz exposições em Loures. Tenho diplomas, taças ganhas de primeiro prémio, medalhas… tenho muita coisa”, fala orgulhoso. Participou na Feira Internacional de Lisboa (FIL), recentemente esteve na Feira de Artesanato em Coja e, à semelhança de há 2 anos atrás, vai marcar presença na XXVI FICABEIRA – Feira Industrial e Comercial de Arganil, a decorrer de 5 a 8 de Setembro.
Acrescenta-nos que sabe trabalhar em mármore verde viana (Viana do Alentejo), granito, lioz (pedra de Pêro Pinheiro), melianos moca-creme e o vidraço taíja, contudo o que gosta mesmo é de trabalhar o calcário. “Calcário semi-rijo é a pedra melhor para fazer este tipo de artesanato. No granito torna-se um trabalho mais tosco e, nisto fica mais nítido, nesta pedra o pormenor sai melhor do que propriamente no granito”, explica-nos dizendo que nunca conheceu ninguém na família que tivesse este dom.
Em relação ao tempo que demora a dar vida a uma pedra, Procópio Gageiro diz-nos que este varia. “Por exemplo, um relógio de sol demora 2 meses de trabalho e é tudo feito à mão”. Trabalho esse que hoje o dinheiro não paga. “As minhas peças para se venderam, às vezes, é difícil, porque isto torna-se caro. Mas, agora isto está mau. A vida tornou-se difícil para toda a gente”, lamenta o artista que em tempos jogou futebol no Sport Lisboa e Fanhões, uma filial do Benfica, ao lado do Elói, do Belenenses.

“Isto para mim é um encanto, eu gosto disto”

Entristecido com o facto de haver “falta de apoios”, para quem trabalha ou quer aprender esta arte. Procópio Gageiro descreve que, hoje em dia, “os miúdos agarram-se a um computador, que uma pessoa não é capaz. Eu nasci nisto, na arte e, agora se for chamar uns miúdos para aprenderem isto… podem gostar, sim senhor, e quererem trabalhar nisto e aprender, mas isto tem que ser ajudado pelas Câmaras, pelos Governos”.
No seu entender, se a sua arte “fosse apoiada pelas Câmaras e pelos Governos e, fizessem um barracão, por exemplo para alunos que andam nas escolas, se os incentivassem para eles aprenderem eu estava aqui disposto para isso, mas também tinham que me pagar a mim, não é?”, sugere.
O que é certo é que o antigo futebolista que, também, jogou na equipa de Amadeu Gaudêncio, no Campeonato da FNAT, gostava que os jovens aprendessem a sua arte. “Fazia mesmo gosto que eles aprendessem. Isto está a morrer, chega a um certo ponto que acaba tudo. Eu não sei o que isto vai ser. Até pode ser que seja melhor, mas parece-me que não. Não leva esse caminho, porque a gente vê aí, hoje, miúdos, rapazes com doze, treze anos que andam só na droga. Não trabalham, andam aí aos caídos”, sublinha.
Feliz por viver em Casal de S. João, rodeado de natureza, informa-nos que a vida aqui “é um encanto, eu gosto disto”, frisa com um sorriso no olhar e com a certeza de que fez uma boa troca, quando veio de Fanhões, porque, “aqui, isto é saudável”.

Cristina Correia Pinto
in O Tabuense e Jornal de Arganil


Ficabeira - Procópio Gageiro



Ora digam lá se isto não é um autentico abuso??

A feira, esta linda não esta?

mas afinal ainda havia mais, um autentico estendal

O restaurante em questão o Brazinhas da Guia

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