domingo, 29 de outubro de 2017

Volvo Ocean Race 2017, Lisboa - dia 1

O Vestas à chegada à praia de Algés



A falta de vento transformou fim da primeira etapa da Volvo Ocean Race numa lotaria e ainda por cima foi demorada a resolver.
 Lisboa mostrou-se mais uma vez caprichosa com a maior regata de circum-navegação do mundo. Os participantes na regata foram recebidos ao largo da costa portuguesa com ventos fracos ou inexistentes a parir do nascer do dia e entraram na barra do Tejo percorrendo o caminho até Pedrouços praticamente parados. Junto a Carcavelos uma das equipes esteve quase a largar ancora para que o barco não regredisse com a maré, outra teve mesmo de o fazer ao largo de Algés a poucos metros da boia de chegada (Sun Hung Kai/Scallywag, do australiano David Witt) para não encalhar, tendo mesmo batido com o patilhão no fundo.





 Venceu esta primeira etapa O Team Vestas - 11th Hour Racing, do skipper norte-americano Charlie Enright, com um desempenho espectacular deixando as restantes embarcações a horas de distancia. Os segundos classificados, os espanhóis do Mapfre sob a liderança do basco Xabi Fernández, chegaram à barra de Lisboa com quase 20 km de vantagem sobre os terceiros, da Dongfeng do francês Charles Caudrelier. Uma vantagem que, sem vento, foram perdendo,conseguindo segurar o segundo lugar mas com apenas 15 minutos de vantagem.
 Entre o 4.º (AkzoNobel) e o 5.º (Sun Hung Kai/Scallywag, do australiano David Witt) tivemos também uma disputa interessante. O AkzoNobel - equipa a braços com uma grave crise interna, com o skipper holandês Tienpont despedido a uma semana do início da Volvo Ocean Race e readmitido por ordem do tribunal a dois dias da partida - acabaria por assegurar o 4.º lugar, ficando o Scallywag a seguir na tabela. A bordo do AkzoNobel estava o velejador português António Fontes, emprestado à última hora em Alicante pelo Scallywag (onde era suplente). Fontes tornou-se assim o primeiro português na história de mais de 40 anos desta regata a terminar uma etapa em Lisboa.
 A última batalha foi a mais disputada. O Team Brunel, capitaneado pelo veteraníssimo velejador holandês Bouwe Bekking - sete voltas ao mundo, agora a iniciar a 8ª - cruzou a meta com apenas sete minutos de vantagem sobre o barco de bandeira portuguesa Turn the Tide on Plastic, de cuja tripulação fez parte, nesta etapa, o português Bernardo Freitas. Foi o fim de uma batalha entre os dois que já durava há dias, sempre encostados um ao outro.






O recinto da Volvo Ocean Race em Pedrouços abrirá ao público terça-feira. Para dia 3 está prevista a regata costeira no Tejo. Dia 5 a frota partirá para a segunda etapa, Lisboa-Cidade do Cabo (África do Sul). As obras de construção seguem a todo o vapor como podem ver nas imagens, iremos ter portanto 5 dias de festa aberta ao público na doca de Pedrouços e muita animação no rio Tejo com as "In Port Races" previstas para Lisboa. As portas abrem dia 31.



Equipa/Tempo/Pontuação

1. Vestas/11th Hour Racing/6 dias 2h 8m 45s/ 8 pontos
2. MAPFRE/ 6d 4h 42m 30s/ 6 pontos
3. Dongfeng Race Team/ 6d 4h 57m 48s/ 5 pontos
4. Team AkzoNobel/ 6d 6h 11m 56s/ 4 pontos
5. Sun Hung Kai/Scallywag 6d 6h 57m 44s/ 3 pontos
6. Team Brunel/ 6d 8h 29m 00s/ 2 pontos
7. Turn the Tide on Plastic/ 6d 8h 36m 52s/ 1 ponto