quinta-feira, 28 de junho de 2012

Algés , Rua Latino Coelho nº 3

O nº 3 da Rua Latino Coelho em Algés é um edificio dos anos de 1940 que aparentemente tem a sua morte anunciada, (numa area onde o metro quadrado atinge os 2000 euros não se olha a meios para arranjar espaço) assim seguindo a doutrina do deita abaixo, este pequeno edifício será mais um a somar á lista dos desaparecidos em Algés, se olharmos para esta rua, praticamente todos os prédios são dos anos 50, 60 do Sec. passado e a sua traça muito mais pobre e feia do que as linhas simples, humildes e harmoniosas desta ruina, que, segue as orientações dos tempos da Guerra na Europa que ditavam regras de poupança e eficiência em todos os sentidos. Quem se dê ao trabalho de olhar para as coisas que o rodeiam e der um passeio por Algés irá ver vários edificios daquele tempo, muitos deles também ruínas, que, seguem linhas arquitectónicas muito semelhantes, ás vezes quase cópias e esse facto não é uma coincidência, no decada de 40 do Sec. passado uma das coisas que poupava e muito nos orçamentos eram os projectos padronizados, ou seja se se quisesse fazer uma casa com quatro quartos e dois andares, o estado facultava o projecto para a mesma por uma quantia infima, uma vez que não haveria lugar a custos de elaboração do projecto, ficando o estado ao mesmo tempo com o garante da solidez e enquadramento arquitectónico dos edifícios, e resolvendo rapidamente os processos de pedido de construção. Assim nasceram bairros em Lisboa, nos quais, todos os muros, portas janelas eram iguais, e havia apenas dois ou três formatos de casa,  pode ver-se ainda hoje em dia em partes dos Bairros da Encarnação e aqui mais perto Caselas que muitas das suas casas, muros, portas etc são semelhantes, o que não é igual não faz parte do bairro inicial.
 Quero terminar com um pequeno apontamento quanto à Arte Urbana que o edifício apresenta na sua fachada, contrariamente ao que algumas pessoas pensam, nomeadamente os "Scratshers" e "Grafitters"  que criticaram o meu artigo sobre o Jardim de Algés, e os rabiscos que por lá cresceram em todas as paredes, eu adoro "Arte de rua" agora o que se vê no jardim de Algés... NÃO É ARTE É POLUIÇÃO VISUAL !! 
 O que se encontra pintado na fachada deste edificio devoluto e condenado a ser derrubado é de facto ARTE, o graffiti é de excelente nível, esta muito bem enquadrado com a ruína, e valoriza sem duvida a rua. Nestes casos, onde o passar dos tempos deixa uma grande cicatriz urbana penso que é de louvar quem dedica o seu tempo a criar "Arte Urbana" de bom gosto.





















terça-feira, 26 de junho de 2012

A Lenda de Nossa Senhora da Conceição da Rocha de Carnaxide


Diz assim a obra acima :
"São também 7, os “moçoilos” que em Maio de 1822, no Vale Bucólico do J(amor)*, em perseguição de um coelho, descobriram uma gruta, cavidade dentro da rocha calcária, com muitos ossos humanos e um altar com uma imagem de Nossa Senhora com o manto muito desmaiado e “debruado de espiguilha de prata”. À aparição seguiram-se os milagres, criou-se um culto, estabeleceu-se uma romaria, e ficou o santuário erigido no sítio conhecido como Senhora da Rocha“(...) Um dos gaiatos, o mais pequeno, conseguiu entrar, e ao ver que se tratava de uma gruta, grande, chamou os outros. Uma vez entrados todos, viram no chão uma laje e quando conseguiram erguê-la, a muito custo, descobriram duas caveiras, ossos humanos (...)”

Nossa Senhora da Conceição da Rocha de Carnaxide







“Esse Templo que alveja sobre a rocha na margem do Jamor



Tem por baixo uma gruta escura e fria



Onde uns moços da aldeia, acaso, um dia,


Encontraram a Mãe do Salvador”


         




Ha n’esta freguezia uma curiosidade natural á qual veio juntar-se uma lenda religiosa, que deu celebridade em todo o reino á povoação de Carnaxide. É a gruta em que appareceu a pequenina imagem da Virgem, que se venera na Sé de Lisboa sob a invocação de Nossa Senhora da Rocha.
Está situada esta gruta proximo da povoação e é cavada em uma rocha banhada pelo rio Jamor. A gruta é quasi oval e póde conter umas 80 pessoas. Tem 28 palmos de comprido e 24 de largo. Toda a rocha é de pedra liós.
Na manhã do dia 28 de maio de 1822, andavam uns rapazes a brincar nas margens do Jamor, em um casal chamado da Rocha (por causa da penedia que alli se levanta junto ao rio). Por junto d’elles passou um coelho, que se introduziu por entre as fendas do rochedo.
Os rapazes, com o desejo de apanharem o coelho, metteram, a muito custo, pela mesma fenda uma cadella, mas sem resultado.
Então elles foram ao casal buscar uma lanterna e ferramenta, e, depois de muito trabalho, conseguiram entrar de gatas em uma concavidade. Entram a procurar o coelho; mas acharam duas caveiras e varios ossos humanos espalhados pela gruta, agarrando por fim o coelho que estava cosido com a parede.
Divulgada a descoberta da gruta, concorreu alli muita gente a ver esta curiosidade.
No dia 31 do mesmo mez de maio, indo alli Manuel Placido, natural de Carnaxide, descobriu sobre umas pedras a imagem da Senhora, feita de barro e com um manto de seda muito velho.
N’essa noite, ou no dia seguinte, foi roubada a imagem. Procedeu-se a uma devassa, e depois de muitas diligencias baldadas, appareceu a Senhora, a 4 de junho, sobre uma oliveira, a pouca distancia da gruta.
Per ordem da auctoridade foi levada a imagem para a gruta, e ali alumiada e guardada.
Concorreu então á gruta uma grande multidão de gente de todas as classes da sociedade, não só dos arredores e de Lisboa, mas de toda a Extremadura.
Em breve a oliveira desappareceu até á sua ultima raiz, para reliquias, e a gruta se encheu de offerendas dos devotos, em joias, cêra e dinheiro, chegando este em pouco tempo a 2:000$000 réis.




História (Carnaxidedigital)

Tudo começa em Maio de 1822, mais concretamente no dia 28, quando um grupo de rapazes que brincava na margem direita do rio Jamor - nessa época um canal navegável e de águas límpidas; junto ao Casal da Rocha, avista um melro e segundo a história ao tentarem apanhá-lo encontram um coelho que rápidamente passa então a ser perseguido.
Para tentarem apanhar o coelho, desobstruíram um buraco e, à medida que iam entrando, constataram que se tratava de uma gruta funerária com vestígios de ossadas humanas e lá encontraram, 3 dias depois, a 31 de Maio de 1822, uma pequenina Imagem reconhecida como sendo de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, ao que o povo acrescentou »da Rocha« por referência ao local.
A descoberta foi rápidamente divulgada e muita gente acorreu a ver a tal gruta e a prestar culto à Imagem encontrada.
Nessa altura, o nosso país encontrava-se numa situação económica e social grave e havia já várias décadas que se prolongavam os sofrimentos e infortúnios dos portugueses, pelo que, neste contexto, a Imagem de Nossa Senhora aparecida na Gruta da Rocha constituiu um sinal de esperança, aqui crescendo, em número e devoção, as preces dos portugueses à Protectora e Padroeira do Reino.
O rei D. João VI, por achar o lugar menos próprio para nele se efectuar o culto público à Imagem, mandou trasladar a mesma para a Sé Patriarcal de Lisboa, ainda nesse mesmo ano, onde se manteve durante 61 anos.


Multidão a apanhar as camionetas da VIMECA para as festas de Lenda de Nossa Senhora da Conceição da Rocha de Carnaxide em 1950




Com os seus esforços, conseguiu devolver a Imagem ao povo desta zona, tendo ocorrido a sua trasladação da Sé Patriarcal de Lisboa para a Igreja Paroquial de São Romão de Carnaxide em 1883, onde veio a permanecer durante 10 anos até à conclusão da construção do Santuário.
O santuário cujo projecto é da autoria do arquitecto José da Costa Sequeira (sobrinho do grande pintor Domingos António de Sequeira) foi edificado entre 1830 e 1892, tendo sido inaugurado em 1893 - tem capacidade para 150 pessoas sentadas.
No dia da trasladação a Praia da Cruz Quebrada foi palco do desembarque da imagem que seguiu em procissão até Carnaxide. Finalmente, em 1893, concluiu-se a construção do Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Rocha (o altar-mor situa-se por cima da gruta onde foi encontrada a Imagem), tendo sido para aí trasladada definitivamente a Imagem, numa cerimónia religiosa imponente, a qual contou com a presença da rainha D. Amélia, dos príncipes D. Luiz Filipe e D. Manuel, do Dr. Hintze Ribeiro (Presidente do Conselho) e mais entidades de relevo.
Actualmente a imagem encontra-se exposta numa peanha, na zona do altar-mor do Santuário.
A gruta que se encontra por debaixo do Santuário, está aberta ao público durante as festividades anuais, fazendo-se a entrada por uma modesta porta lateral que não deixa antever o seu interior - uma gruta do período terciário.
O Santuário da Rocha é um dos santuários marianos mais visitados da região de Lisboa e todos anos em Maio organiza festejos comemorativos da aparição, onde acorrem muitos devotos e visitantes.
O Santuário em termos de divisão administrativa da Igreja católica inclui-se na Paróquia de São Romão de Carnaxide, embora goze de autonomia e reporte directamente ao Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Cabe á Irmandade de Nossa Senhora da Conceição da Rocha, a responsabilidade de gestão do património.
Em termos de divisão administrativa do território nacional está geográficamente situado no actual concelho de Queijas, mas por tradição permanecerá sempre ligado a Carnaxide.
O Santuário está classificado como imóvel de valor concelhio, pelo Edital nº 184/2004 (2ª série), publicado no Diário da República, Nº 67, II Série, 19 de Março de 2004.








segunda-feira, 25 de junho de 2012

Falecimento do Coronel Magalhães



Vem a Gazeta por esta forma informar do falecimento do nosso vizinho e Miraflorense Coronel Magalhães e deste modo enviar as nossas condolências à família, um forte abraço de solidariedade neste dia em que Miraflores fica mais pobre.
A missa e enterro é hoje às 15h na igreja Nossa Sra do Cabo em Linda a Velha
Descanse em Paz nosso Coronel

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Paulo Miguel Neto Guerreiro Gomes

Vem a Gazeta desta forma anunciar o falecimento de um vizinho Miraflorense e enviar á família as respectivas condolências.

A Missa de 7º dia será celebrada amanhã pelas 19h00 na igreja de Nossa Sra do Cabo em Linda a Velha
Paz a tua alma Paulo


quarta-feira, 20 de junho de 2012

5.ª edição da Feira Medieval de Linda a Velha




O Agrupamento 626 do Corpo Nacional de Escutas, em parceria com a Associação Companhia Livre e a Junta de Freguesia de Linda-a-Velha, irá organizar e dinamizar a 5.ª edição da Feira Medieval, nos próximos dias 23 e 24 de junho 2012.

Esta atividade insere-se no Programa de Atividades Comemorativo do 19.º Aniversário da Freguesia. A decorrer no Palácio dos Aciprestes, o evento estará aberto a toda a população, recriando uma feira da época medieval, onde para além das comidas e bebidas, da venda de produtos e de muita animação, haverá lugar a várias representações históricas.



O preço da entrada será de 1,50 €, com direito a uma caneca de barro. A entrada será gratuita para crianças com idades até aos 6 anos.

Programa

Sábado 23 Junho

16h - Início do Cortejo
17h - Abertura
24h - Encerramento

Domingo 24 Junho

11h - Abertura
20h - Encerramento


Aceite o Convite e Venha recriar a Idade Média
Um dia na Vida de Antão Vasques de Almada

Localização: Palácio dos Aciprestes - Linda-a-Velha

Propõe fazer-se uma recriação histórica em volta de 1384 e de um dia na vida de Antão Vasques de Almada, com trajes à época. Algumas atividades previstas: demonstração de mesteres e profissões de então, jogos medievais, rábulas, tiro com arco e workshop de catapultas.

Quem foi Antão Vasques de Almada personagem homenageada na Feira Medieval de Linda a Velha


Aljubarrota 14 de Agosto de 1385

"O exército português muda assim a sua posição uns 2Km para Sul, de forma a encarar o inimigo de frente, tal como um forcado quando enfrenta o touro. A "vanguarda" passa assim pela "rectaguarda", e quando estas duas se encontram, distribuem-se abraços entre os portugueses, muitos deles são conhecidos e familiares, desejos de "Boa Sorte" e "São Jorge", já uma clara influência da presença dos arqueiros ingleses na hoste.
Também Nuno Álvares e Dom João I se encontram, trocam rápidas impressões, e despedem-se, com a certeza de que se voltariam a encontrar mais tarde, se Deus assim permitisse.

Por volta do 12h30, os portugueses ocupam a nova posição, perante um forte sol de meio-dia que se levanta, e sempre atentos, ao longe, à movimentação do inimigo.

Agora, sob a orientação de Nuno Álvares Pereira, Antão Vasques de Almada, Mem Rodrigues de Vasconcelos e alguns ingleses dava-se inicío às escavações e construção de obstáculos, tarefa em que participaram todos os portugueses que estavam nas linhas da frente e alas. Abrem-se covas de lobo, fossas, amontoam-se troncos de árvores, disfarça-se os buracos com ramagens.

Eram 15:00 quando o quadrado se formou finalmente.
Na vanguarda estava Nuno Álvares Pereira com a sua Bandeira,
Na ala esquerda, chamada a Ala dos Namorados comandada por Mem Rodrigues de Vasconcelos estava uma enorme bandeira verde.
Na ala direita, a Ala da Madre-Silva, era comandada por Antão Vasques de Almada, pairava a bandeira de São Jorge.
A cerca de 200 metros atrás estava El-Rey Dom João I, na rectaguarda, com o seu estandarte real e as bandeiras de Avis.

Percorrendo a galope a vanguarda de um lado ao outro viu na cara dos seus homens, a sua própria sede, e decidido, foi até à ala direita, incumbindo Antão Vasques de Almada que fosse procurar àgua para os seus homens.

E assim foi.

Entretanto, no arraial castelhano, lá ao longe, discutia-se como se iria esmagar os portugueses. Continuavam a chegar mais tropas, cada vez mais, num turbilhão de lanças, espadas, cavalos, peões,
Parecia que toda a Espanha viera até ali, trazendo nos seus estandartes, a morte estampada.

Eis então que chega Antão Vasques de Almada a toda a brida.
Vai ter com o Condestável.
Nada.
Nem uma gota de água.
Os únicos riachos que encontrou estavam completamente secos, devido às altas temperaturas que assolavam esta época.

Quando isto ouviu, Nuno Álvares baixou tristemente a cabeça.
Anuiu a Antão Vasques para que se retirasse, e desmontando do seu cavalo, voltou para o pé da sua vanguarda, retirando o pesado elmo que levava sobre a sua cabeça.
Aos que mais sofriam com o calor e sede, Nuno Álvares confortou, abraçando-os, transmitindo palavras de esperança, ajudando-os a levantar, e compondo as suas vestes. Já apeado, andava pelo meio dos seus homens, que o olhavam com um misto de admiração e surpresa, por ver tão famoso e insigne capitão, partilhando a sua dor.

Também já Dom João I estava apeado, e tal como o seu amigo, ia percorrendo as fileiras, onde a todos distríbuía sorrisos e palavras de incentivo. Valoroso Rei aquele, a quem haveriam de chamar O de Boa Memória.

E era de notar, que também nas alas, os Ingleses permaneciam aí, partilhando laços de camaradagem cada vez mais fortes com os seus companheiros portugueses, laços esses que só são verdadeiramente "fortificados" em situações de sofrimento ou de guerra.

Estava-se a aproximar as 18:00, e grande era a azáfama e movimento de cavalos e homens entre o arraial castelhano. Era a momento em que se iria decidir o destino de Portugal.

É então que, verdade ou lenda, um rapaz aparece de repente vindo das florestas que rodeavam o campo e dirige-se até ao quadrado português.
Aí aguarda, observa, e é então que consegue ver o célebre estandarte do Condestável na frente do quadrado.
Dirige-se até aí e vai ter com Nuno Álvares Pereira. Entrega-lhe uma bilha cheia de água, para poder saciar a sua sede.
Só pode ter sido um sinal de Deus!
Um sinal de São Jorge!
Nuno Álvares apenas bebe um golo, entregando a bilha aos seus companheiros para que partilhassem a água por aqueles que mais precisassem.

Sentindo-se um pouco melhor, Nuno Álvares Pereira monta no seu cavalo.
Apenas ele.
Percorre a vanguarda a galope, gritando palavras de incentivo, com a sua espada na mão, tal como no monumento da Batalha.
"Portugueses, lutai por vossa terra!"
"Ânimo!"
"Se sóis vós descendentes do grande Henriques, então provai-lo agora, que Deus e São Jorge estão de olho em vôs!"
As palavras de Nuno Álvares, tão cheias de patriotismo e ardor, incendeiam no coração dos Portugueses a vontade e a força, fazendo chorar até os mais fortes.
Não querendo nenhum deles passar por cobarde, cerram fileiras, espetam as lanças no chão e aguardam a vinda da morte.
Nuno Álvares, desce do cavalo, ajoelha-se no chão, pede protecção para si e para os seus homens, beija a terra e levanta-se, colocando o elmo com a viseira aberta.

Vira-se para trás, de sorriso no rosto, olha para os seus homens e diz:
"Amigos, que ninguém duvide de mim"

Todos sabem o que se seguiu.
Após a vitória, Dom Nuno Álvares Pereira mandou edificar naquele mesmo sitío onde lhe apareceu o rapaz com a bilha de água e onde tinha permanecido o seu estandarte, uma ermida a São Jorge.


Escudo da família "Almada"


Antão Vasques de Almada ou António Vasques de Almada[1] foi um dos mais valentes partidários de Portugal e do mestre de Avis.

Em carta datada de 26 de Agosto de 1386, do Arcebispo de Braga, Dr. Lourenço, dirigida a Dr. João de Ornelas, Abade de Alcobaça, encontram-se relatados alguns episódios da Batalha de Aljubarrota, mencionando-o a ele e ao seu irmão João Vasques de Almada.

O historiador Joaquim Freire, em "fronteiras de Portugal", conta que foi um dos vinte e nove heróis que falando rosto a rosto, com o Mestre de Avis, ofereceu-se para ir a luta. Ainda segundo o mesmo, diz que além de ter sido armado Cavalheiro na própria batalha, foi o comandante da ala esquerda (a ala da Madre-Silva), com duzentas lanças e cem besteiros e um dos que mais concorreram para a derrota dos Castelhanos, tendo tido o feito de tomar a bandeira do inimigo (do Reino de Castela).

Oliveira Martins, na vida de Nuno Álvares referindo-se aos despojos da batalha, diz mas nenhum encheu de maior alegria o Rei, do que a bandeira de Castela, verde com o dragão bordado, que Antão Vasques de Almada trazia aos ombros, vestido com ela, a dançar. Dizendo-lhe: -Tomai Senhor, essa bandeira do maior inimigo que no mundo e afastando-se bailando, à luz dos archotes, entre fortes gargalhadas dos guerreiros contentes.



Na Crónica do Contestável de Portugal Dr. Nuno Alvares Pereira, quando conta que tendo Rei mandado o contestável juntar gente para a Batalha de Aljubarrota este passou pelo Porto de Muja tendo-o abandonado a maior parte dos homens que levava temor para os Castelhanos que estavam em Santarém. Antão Vasques de Almada um dos que ficou aquela noite nunca dormiu, guardando a ponte de Muja e dizendo que todo os Castelhanos de Santarém viessem que ele os defenderia. Ele era homem de solta palavra e porem asas valente.

No Portugal Histórico Dinastia de Avis de Fernando Mendes lê-se a respeito das campanhas que se seguiram à Batalha de Aljubarrota Antão Vasques de Almada, num ímpeto patriótico, resolveu-se a combater sob a bandeira de Nuno Álvares Pereira e saiu de Lisboa à procura dele, do contestável. Sabendo em Estremoz que ele havia partido, reúne uns quatrocentos homens e entra com eles em Castela. A sua ação foi prodigia castelos e vilas caíram em seu poder pondo algumas destas a resgate. Na volta, soube que uns oitocentos castelhanos haviam se fortificado num monte, a fim de lhe cortarem a retirada. Antão Vasques de Almada, por despeito da vantajosa posição do inimigo e da inferioridade numérica dos valentes que os acompanhavam na marcha sobre os castelhanos, desaloja-os e toma serenamente o caminho de Portugal, trazendo consigo cinco mil vacas, mil porcos e mil ovelhas que lá apreendera.

No Mobiliário de Famílias de Portugal de Felgueiras Gaio, tomo, edição de Agostinho de Azevedo Meireles e Domingos de Araújo Afonso (1938), faz parte da Relação dos Fidalgos que o Rei João I armou Cavalheiros antes de entrarem na Batalha de Aljubarrota, pela sua própria mão como consta das memórias para a História de Portugal, que compreende o governo do dito Rei João I: João Vasques de Almada; Rui Vasques de Castelo Branco; Afonso Pires da Charneca, irmão do Dr. Martim Afonso Charneca que foi Bispo de Coimbra e arcebispo de Braga [2] [3]e o nosso Antão Vasques de Almada, que outros dizem de Lisboa.

Na Monarquia Luzitana de Manuel dos Santos lê-se, a propósito da Batalha de Aljubarrota, na descrição da formatura do exército português na ala esquerda, que sabia da outra parte oposta, puseram outras duzentas lanças em que entravam alguns ingleses auxiliares, mandados da Inglaterra pelos embaixadores que estavam em Londres; sua bandeira a de Sr Jorge; e seus Capitões Antão Vasques de Almada, João Monferrara e Martins Paulo, os fidalgos e escudeiros de nome que eram presentes no exército, e ganharam com Rei esta batalha de tanta glória foram O Arcebispo Primaz Dr. Lourenço Vicente, o Contestável Dr. Nuno Alvares Pereira, Diogo Lopes Pacheco, o Dr. João das Regras, o Dr. Gil Docena, o Dr. Martim Afonso da Charneca, estes já eram armados Cavalheiros; os seguintes eram escudeiros João Vasques de Almada, Antão Vasques de Almada, Rui Brás de Castelo Branco e Afonso Pires da Charneca.

No mesmo livro, cap. XXXIII pg. 701 - notícia das pessoas Eclesiásticas e Seculares, que foram presentes nas Côrtes acima de Coimbra, diz: - Antão Vasques de Almada, Alcaide Mór de Lisboa, neste tempo das Cortes, e cavaleiro valoroso desta ilustre família.

Sobre Antão Vasques de Almada, além das obras acima citadas, ver também "Dicionário Popular" de Manuel Pinheiro Chagas, tomo 3º pg. 107; colecção "Portugal Histórico" - Dinastia de Avis - de Fernando Mendes; "Auto de Aljubarrota" de Ramiro de Campos




    1- Soveral, Manuel Abranches de; seu verbete na Roglo «Antão Vasques (de Almada)», visitado em 11/03/2012
    2- Nobiliário das Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. IV-pg. 245 (Castros) e vol. VII-pg. 397.
    3- Pedatura Lusitana - 6 vols. Cristovão Alão de Morais, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1997. vol. III-pg.   73.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Linda a Velha nos anos de 1960



A primeira referência ao actual lugar de Linda-a-Velha surge no século XIII, no reinado de D. Afonso III, relativamente ao local onde existia uma herdade de nome “Ninha Ribamar” (actual Quinta dos Aciprestes), mais tarde, no século XVI, denominada “Ninha Velha”, “Linha Velha” ou “Linda Velha”, designações que, na opinião de diversos autores, estão na origem do topónimo Linda-a-Velha que surge pela primeira vez em documentos do século XIX. Diferente origem é explicada pela lenda que conta a história de amor protagonizada por uma bela donzela que se fez velha, mas sempre linda, à espera do amado perdido na guerra.
Sede de freguesia desde 1993, é, de facto, uma povoação muito antiga, com cerca de 750 anos, localizada num lugar alto, com vista de grande amplitude. Inicialmente constituída por algumas quintas e casais que abasteciam a capital de produtos hortícolas, fruta, animais de criação e caça.

Toda essa história é um pouco bizarra e nem sequer condiz na sua essência cronológica, já que Linda-a-Velha só começa a ser chamada como tal em pleno seculo XIX... Antes, e de tempos imemoráveis, as aldeias junto a S. Romão de Carnaxide, chamavam-se Ninha a Velha e Ninha a Pastora. "Ninha" em português antigo significa menina, o mesmo significado da palavra "niña" em espanhol. No seculo XIX houve corrupção do nome e passaram a chamar-lhes Linda (em vez de menina)

A primeira referencia que se conhece do local onde é actualmente Linda a Velha é sobre a “Herdade da Ninha de Ribamar” e é referida numa carta de concessão emitida no Reinado de D. Afonso III, no século XIII, ano de 1254.

No Reinado de D. Dinis esta Herdade foi doada a um dos seus servidores como prémio pelos serviços prestados.
Nos séculos XVII e XVIII começou a ser designada de Casal Grande e Quinta do Casal Grande de Ninha Velha, sendo esta última designação que está nas origens do topónimo de Linda-a-Velha, surgindo, pela primeira vez, em documentos do século XIX.

No ano de 1750 foi esta Herdade doada a Alexandre de Gusmão, Secretário Particular do Rei D. João V, que ali construiu um Solar. Tendo morrido no ano de 1753, supõe-se que nem sequer chegou a habitá-lo. Assim, e por heranças a Quinta acabou nas mãos dos Viscondes de Rio Seco.

Em pleno século XX, na década de sessenta, foi adquirido pelo Professor Dr. Mário Júlio da Cunha Gonçalves, que fez uma restauração profunda, mantendo, contudo, grande parte dos alicerces e a lindíssima Capela em Honra de Nossa Senhora do Rosário, que conserva ainda o majestoso altar de madeira policromada da segunda metade do século XVIII. Este é o actual Palácio dos Aciprestes, ex-libris de Linda a Velha, ou de Ninha de Ribamar...

Linda a Velha cumpre, actualmente, as funções de todos os arredores da capital é um dormitório densamente povoado. É mesmo o lugar mais populoso do concelho, com uma população residente de cerca de 25000 pessoas (10 615 Hab/km2) que se distribui por diversos bairros em que predomina largamente a habitação plurifamiliar de qualidade média e elevada. Os bairros degradados que alojaram por quase duas décadas os habitantes provenientes dos países africanos de língua portuguesa foram extintos e as populações realojadas noutras freguesias do concelho.    

Nos anos 60 Linda a Velha teve uma explosão de crescimento nascendo a TOFA á entrada de Linda a Velha, a nova escola e todo o bairro de vivendas envolvente, feito á antiga, com os necessários, mercado e correios aqui deixamos um registo fotográfico dessa altura em Linda a Velha



Fábrica de TOFA 1960

Fábrica de TOFA 1960


1962 Linda-a-Velha Avenida Dom Vasco da Gama

1962 Linda-a-Velha Coreto na rua Tomás Ribeiro

1962 Linda-a-Velha Escola Primária na rua Doutor Oliveira Salazar

1962 Linda-a-Velha Escola Primária na rua Joana Pedroso Simões Alves

1962 Linda-a-Velha Igreja de Linda-a-Velha, fachada principal

1962 Linda-a-Velha Jardim João de Saldanha O. E. Sousa, Conde de Rio Maior, presidente da Câmara Municipal de Oeiras em 1954

1962 Linda-a-Velha Lápide que se encontra no jardim João de Saldanha O. E. Sousa, Conde de Rio Maior, presidente da Câmara Municipal de Oeiras em 1954

1962 Linda-a-Velha Moradias na rua Luis de Camões

1962 Linda-a-Velha Rua Fontes Pereira de Melo, junto à travessa do Faia

1962 Linda-a-Velha Rua José Frederico Ulrich

1962 Linda-a-Velha Rua Luis de Camões

1962 Linda-a-Velha Rua do Brasil 

1962 Linda-a-Velha Rua do Brasil


Quadros do pintor Ramanefer na Marisqueira "Relento" em Algés

Já à uns tempos que andava para ir ao Relento fotografar estes quadros que são de um pintor que residiu em Algés e que por cá deixou obra e descendência, conheço estes quadros naquela parede desde que miudo e penso estarem ali desde os anos 80, princípios dos anos 80 e são para mim um dos ícones artísticos de Algés








podem consultar a obra deste artista clicando AQUI

terça-feira, 5 de junho de 2012

Volvo Ocean Race 5-6-2012

Fomos visitar a área destinada aos visitantes da Volvo Ocean Race e posso dizer lhes que vale a pena aproveitar até ao próximo domingo (dia 10 Junho) para visitar o evento, aconselho vivamente caso tenham tempo disponível que efectuem a visita á tarde ou ao final do dia para evitarem as confusões habituais de uma feira com entrada gratuita, estivemos por lá duas horas e não deu para ver tudo apesar de não haver praticamente ninguém, como já dissemos antes tudo na feira é gratuito tirando o mershandising das equipes e os comes e bebes que são caros mas de qualidade. A feira tem muito para oferecer, desde o pavilhão da VOLVO até á zona de insufláveis para a criançada passando pelos simuladores (um da corrida com uma amostra do que foi a viagem até Lisboa dentro das embarcações e outro da Fundação Champalimou com uma viagem interactiva em simulador de 25 minutos dentro do corpo humano) e acabando na tenda da Marinha Portuguesa (que apresenta dois simuladores ultra modernos um dos novos helis e outro das novas fragatas)... mas a feira tem muito mais para oferecer, é ir lá e ver in loco algo que esperemos seja para repetir, deixamos-vos então com a reportagem fotográfica e pela 1ª vez fotografias das embarcações da competição em reparações para a próxima etapa que tem partida marcada para o próximo dia 10 de Junho ás 14h com largada da doca de Pedrouços em direcção ao Terreiro do Paço onde fará duas passagens antes de seguir em direcção aos Açores.

Vista da roda gigante da CMOeiras/SMAS 



entrevista ao vivo com falcoeiros no stand da RFM


Simulador da Marinha Portuguesa (fragatas Meko)


curiona atracção (dos 7 aos 15) em que se consegue andar por cima de agua sem que uma pessoa se molhe

do lado direito pode ver-se o simulador laranja da Fundação Champalimou

area de carrinhos para as crianças com mini retrescavadoras e mini camiões da TIR 



ROV " Luso" da EMEPC   - Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental - montado na Noruega mas já com "Tunning" Português no colector de amostras e na nova plataforma inferior é uma maquina impressionante que vale a pena visitar
Foi criada na dependência do Ministro da Defesa Nacional, através da RCM nº 9/2005 de 17 de Janeiro, tendo o seu mandato sido consecutivamente prorrogado através da RCM nº 55/007, de 4 de Abril e RCM nº 32/2009, de 16 de Abril. Esta Estrutura é responsável pela realização dos estudos técnicos necessários que levarão à apresentação de uma proposta de extensão da plataforma continental de Portugal, para além das 200 milhas náuticas, a ser apresentada perante a Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) das Nações Unidas.
Tem como principais objectivos:
- Conhecer as características geológicas e hidrográficas do fundo submarino ao largo de Portugal Continental e das regiões autónomas dos Açores e Madeira, de modo a poder vir a fundamentar a pretensão de Portugal em alargar os limites da sua plataforma continental para além das 200 milhas náuticas;
- Definição dos limites da plataforma continental de Portugal por forma a ser submetida à aprovação da CLPC;
- Criar um dicionário de dados oceanográficos e preparar a estrutura de base de dados de apoio ao projecto de extensão da plataforma continental de forma a poder servir, no futuro, um sistema de monitorização e gestão integrada do oceano;
- Promover o desenvolvimento de projectos de investigação orientados para a exploração dos dados e informação obtidos no desenvolvimento do projecto de extensão da plataforma continental.

























Escultura feita de sandalias de borracha, barbatanes e artigos em plastico encontrados no oceano no Stand "Keep the Oceans Clean"


escultura de um Atum Azul feita com restos de metal encontrados no oceano no Stand "Keep the Oceans Clean"