quarta-feira, 15 de abril de 2015

Miraflores, destruição e ruína de azulejos Viúva Lamego




Miraflores, destruição e ruína de azulejos Viúva Lamego
Pois é verdade caros leitores, em Miraflores na urbanização Arquipark a ornamentar a entrada de um edifício de escritórios, existe um painel de azulejos que utilizando um código de cores escreve alguns versículos da bíblia (muito inspirado" numa peça dos anos 80 de um artista americano), por incrível que pareça, esta obra é de Pedro Cabrita Reis um conceituado artista português, autor de diversas obras relevantes e os azulejos foram produzidos na fábrica da Viúva Lamego.

Pedro Cabrita Reis nasceu em 1956 em Lisboa (onde vive e trabalha), é um dos artistas portugueses mais conhecidos da actualidade. Participou em exposições internacionais de renome: entre outras, o seu trabalho foi exposto na 9.ª Documenta de Kassel e na 24.ª Bienal de São Paulo. Em 2003, representou Portugal na Bienal de Veneza.

A complexa obra de Pedro Cabrita Reis inclui uma multiplicidade de meios, dos desenhos sobre papel utilizando grafite e pastel, passando pela pintura em grande escala, até às instalações de dimensões arquitecturais. Os meios que utiliza individualmente fluem uns nos outros sem perderem o seu carácter próprio. Esculturas transformam-se em imagens; quando presas a janelas, as pinturas articuladas em áreas mono cromáticas de cor conduzem a elementos arquétipos da arquitectura ou desenvolvem qualidades esculturais.

Considero esta situação um verdadeiro crime lesa património e cada vez que por ali passo um sentimento misto de revolta, indignação e tristeza me invade, não apenas pelo simples facto de ver uma obra relevante para a Freguesia cair aos pedaços mas também pelo custo desta obra que como já foi mencionado anteriormente foi produzida na fábrica da Viúva Lamego, aos preços de hoje e tendo em conta que se tratam de 8415 azulejos (rectângulo de 153 x 55 azulejos) que a preços actuais será de 1,99 por unidade dá o resultado de 16745,85 Euros.

 A Gazeta de Miraflores tentou contactar o artista autor da obra alertando-o para a situação sem obter qualquer resposta, tentamos também apurar a responsabilidade pela manutenção do painel uma vez que a queda diária dos azulejos constitui evidente perigo para qualquer transeunte desprevenido e quer a administração do condomínio adjacente quer a administração do edifício de escritórios em frente se isentam de qualquer responsabilidade pela situação, resta agora denunciar esta situação à CMO, procedimento que iremos efectuar ainda hoje.