segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A propósito da Nova Igreja de Miraflores...



Pois meus amigos como todos sabem a Saga da Nova Igreja de Miraflores continua e aparentemente continuará, o que era para ser um objecto de culto e serenidade continua a fazer correr rios de polémica e contestação, agora, vinda das mais altas esferas do Vaticano que se mostra muito preocupado com a imagem excessivamente vanguardista de algumas igrejas, assim para evitar que continuem a ser construídos edifícios que possam desvirtuar a função religiosa, vai criar uma comissão que se pronunciará sobre o aspecto dos novos templos.



"As igrejas feitas nas últimas décadas parecem salões multiusos. E muito frequentemente os arquitectos, até os mais famosos, não têm em conta o que é a liturgia divina, e acabam por fazer construções de vanguarda que se parecem com tudo menos com uma igreja", pode ler-se no jornal La Stampa da passada segunda-feira. Dirigido pelo cardeal Llovera, este organismo fiscalizará ainda a música usada nas cerimónias religiosas.

Ora a mim quer me parecer que é exactamente que se passa com a nossa Igreja Fálica de Troufa Real em Miraflores

Em Paio Pires, vai nascer um "armazém"



À primeira vista, parece um armazém, a nova igreja que o arquitecto Bernardo Miranda desenhou para Paio Pires. Em tijolo burro de terceira escolha, o projecto para a aldeia do Seixal está, pela sua simplicidade, nos antípodas das suas congéneres do Restelo e Miraflores. A única concessão aos artifícios é a trepadeira que envolve os edifícios todos iguais, que ainda não saíram do papel. Um deles será a igreja propriamente dita, os outros terão funções associadas, como o centro paroquial.

"Tenho imenso medo das igrejas feitas por alfaiates de alta-costura e da sua fantasia", observa, enquanto explica que o seu trabalho assenta no conceito de hospitalidade. Em Palmela, transmutou um posto de transformação da EDP de 25 metros quadrados numa ermida.

O minúsculo barracão cinzento-escuro correu mundo, graças às revistas de arquitectara em que tem surgido. Para o arquitecto, nem só as obras de Troufa Real são problemáticas: muitas outras igrejas igualmente grandes acabam por criar problemas às comunidades que servem, que não têm verbas para as manter.

No entretanto o Arquitecto Troufa Real terminou o seu projecto polémico da Igreja do alto do Restelo ou "Igreja Caravela" será que terá agora tempo para acabar a de Miraflores que supostamente esta dependente de alterações ao projecto para ser terminada???



Ainda acerca da nossa Igreja supositorio diz  o blog CIDADANIA LX

"Mais modesta no seu orçamento de 3,1 milhões, a igreja que está em construção em Miraflores, Algés, também granjeou desde cedo alguma antipatia. Aqui, o que serviu de inspiração a Troufa Real foi o cosmos. O povo, esse, chama-lhe "igreja-foguetão", mas também "supositório". "Aquele cilindro tem lá dentro uma cúpula invertida que é um meteorito", explica o arquitecto. Ignora-se, no entanto, quando poderá semelhante nave desafiar o espaço sideral: desentendimentos entre a paróquia e o arquitecto levaram a que a empreitada parasse há ano e meio. "É uma vergonha", queixa-se o projectista, alegando que alterações feitas ao projecto sem o seu consentimento transformaram o foguetão "num paliteiro sem segurança estrutural". Está previsto que o enorme cilindro seja forrado a azulejos de Querubim Lapa.

O pároco local, Daniel Henriques, admite que o objectivo da transformação foi tornar a obra mais leve mas também mais barata - mas nega que isso tenha comprometido a segurança do imóvel. E deixa uma crítica velada: "Pode ser que, depois de inaugurada a igreja do Restelo, o arquitecto tenha mais disponibilidade para acompanhar esta obra". Tal como o anterior, também o projecto de Miraflores foi oferecido. "A cavalo dado não se olha o dente", diz Diogo Pimentel, assegurando que não estão previstas para Lisboa mais igrejas espalhafatosas. "Não tenho dúvida nenhuma de que a igreja do Restelo se vai tornar uma atracção turística", acrescenta. Mesmo que por razões erradas.


Além de impossiveis tentativas de classificar tal obra ( só um assustador manual clínico de aberrações o conseguiria ) ... devemos ... acima de tudo ... apercebermo-nos do tipo de mentes capazes de as conceber ... e essas mentes ... pertencem a uma geração que ainda se movimenta na chamada “Ordem” dos Arquitectos e … além disso … e agora vem o mais Grave … Ainda influenciam e formam outras mentes através do Ensino Universitário (!!)."


António Sérgio Rosa de Carvalho.

2 comentários:

  1. A nova igreja de Miraflores é bem mais interessante que a do Restelo. A do Restelo acho horrível. Esta tem um "ar" e uma forma celestial. Chamá-la de foguetão, como muita gente faz, é injusto. A maioria das igrejas antigas buscava a verticalidade, o contacto com o "céu". E nem sequer sou apreciador das obras do arquitecto Troufa Real, no entanto esta igreja não é feia nas proporções e nas formas.

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  2. Eu que tenho da minha sala a bela vista sobre a construção da nova igreja de Miraflores, já me havia interrogado da razão pela interrupção desta obra, fazendo com que há mais de 2 anos a minha vista seja um "esqueleto em betão"!
    Andando à procura de razões, não no espaço sideral, mas mas antes no espaço da Internet, deparei-me com este blog. Não quero deixar passar esta oportunidade para transmitir duas opiniões:
    1- Quanto ao aspeto arquitetónico da Igreja, nada contra, antes pelo contrário. Dado o fim religioso do edifício, acho o seu aspeto bastante apropriado e, ao mesmo tempo moderno, rompendo de forma inteligente com o clássico, e, na minha opinião, "sem ofender"! Na minha ignorância, até achava que a inspiração divina para o projeto vinha do formato da Mitra, o tradicional "chapéu" dos padres, bispos, papa...percebo agora que talvez não seja, mas fica bem na mesma :)
    2- A outra referência que gostaria de fazer é lamentar o impasse do projeto, mais a mais quando o motivo parece estar na intransigência e falta de sentido prático das pessoas! Faria bem sairem do tal espaço sideral e colocarem um pouco os pés na terra, pois a situação atual do projeto não dignifica nem beneficia seguramente nenhuma das partes, nem o projetista, nem a paróquia, nem a autarquia, nem a população que convive com o "esqueleto".

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