quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rua Monsenhor Manuel Teixeira... porquê ???

A rua em questão fica nas traseiras deste prédio 



A rua Monsenhor Manuel Teixeira

Não fica em Macau, onde viveu quase toda a vida, em Freixo de Espada à Cinta, onde nasceu, nem em Chaves, onde morreu. Ficará em Lisboa, onde há tradição de homenagear as principais figuras nacionais?

Não, a única rua com o nome de Monsenhor Manuel Teixeira fica no lugar de Miraflores, freguesia de Algés, concelho de Oeiras e eu pergunto porquê?

A iniciativa partiu, de acordo com o chefe da divisão de cultura e turismo da Câmara de Oeiras, Manuel Machado, de “um grupo de macaenses ou portugueses com ligações a Macau e residentes em Oeiras (civis e militares), que fez uma sugestão inicial (mas informal) sobre a possibilidade de incluir o nome desta personalidade na toponímia oeirense, sugestão essa a que depois a câmara deu a devida continuidade”.

Manuel Machado adianta ainda que “a proposta de atribuição de toponímia relativa a Monsenhor Manuel Teixeira foi aprovada em reunião de câmara em 25 de Julho de 2007, sob proposta de deliberação nº 923/07”.

Na consulta ao documento de proposição, percebe-se que a justificação se deve ao curriculum de missionário e historiador de Monsenhor Manuel Teixeira.

É uma rua larga, sobretudo de habitação (e alguns escritórios), prédios altos, numa zona cara de Algés, que quanto a mim merecia que pela primeira vez fosse dado o nome de alguém de relevo para a localidade como por exemplo o sr Peña Michó  o verdadeiro impulsionador do projecto Miraflores Lux a essa dita rua.
 Não pretendo aqui contestar a notoriedade do Monsenhor Manuel Teixeira e se ele merece ou não o nome de uma rua em Portugal, contesto sim o critério de atribuição dos nomes que se desenquadram de todo da historia da localidade e da Freguesia.
Uma localidade é algo vivo, que traz sempre um pouco de historia atrás de si, essa historia local é importante de preservar, nada melhor que atribuir o nome de uma rua a alguém de relevo para a localidade para que fique para sempre na memoria das pessoas, e para que o seu nome viva a cada leitura. O   Monsenhor Manuel Teixeira a mim não me diz nada, a mim e provavelmente a todos os que irão ler estas linhas,o seu nome estaria sim muito bem numa rua de Macau, de Freixo de Espada à Cinta ou de Chaves (nomes associados á vivência da personalidade), em Miraflores o seu nome não irá fazer qualquer sentido, nada mais do que apenas um nome numa pedra, nome esse que poderia até ser um numero tanta será a importância que lhe irão dar.
 Penso que chegou a hora de fazermos o mesmo do que este intitulado " grupo de macaenses ou portugueses com ligações a Macau e residentes em Oeiras" fez, propor que seja feita a atribuição de toponímia relativa a uma personalidade ligada á localidade nas novas ruas que irão brevemente surgir em Miraflores, eu sugiro o nome do sr Peña Michó para essa proposta. Gostaria imenso de saber a vossa opinião quanto a este assunto que me parece importante.


Baseado num artigo do sitio http://paragrafopontofinal.wordpress.com/


Quem foi o Monsenhor Manuel Teixeira



O monsenhor Manuel Teixeira foi um famoso historiador português de Macau e um sacerdote católico. Ele viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história. Deixou uma grande quantidade de informação valiosa sobre a História daquela terra e sobre a História da Diocese de Macau. O seu trabalho e empenho foram reconhecidos pelas sociedades de Portugal.

Nascido em Freixo de Espada à Cinta, Trás-os-Montes, em 1912, após a conclusão da instrução primária na sua terra natal, partiu para Macau, onde ingressou no Seminário de S. José. Foi na Igreja do Seminário de S. José que ele recebeu a Ordem sacerdotal no dia 29 de Outubro de 1934. Nesse mesmo ano, tornou-se pároco de S. Lourenço, cargo que desempenhou até 1946.

Aos 22 anos, começou a dirigir o “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau” e, sob a sua direcção, que durou 13 anos, o Boletim tornou-se numa publicação internacionalmente conhecida, graças também ao importante contributo de outras pessoas prestigiosas como José M. Braga e Charles Ralph Boxer.

Em 1942, fundou a revista mensal “O Clarim” e foi também co-fundador do semanário “União”. Nas décadas de 70 e 80, foi director dos “Arquivos de Macau” e do “Boletim do Instituto Luís de Camões”.

Entre 1932 e 1970, ele foi também professor no Seminário de São José, no Colégio de São José, na Escola Comercial Pedro Nolasco e no Liceu Nacional Infante D. Henrique.

Em 1948, parte para Singapura como missionário e Vigário Geral das Missões Portuguesas de Singapura e Malaca. Lá, organizou várias instituições religiosas e fundou a revista de língua inglesa “Rally”.

O Padre Manuel Teixeira foi um importante e reconhecido historiador de Macau e empenhou-se tanto que publicou 123 livros de investigação histórica. Foi também um importante investigador da presença portuguesa no Oriente. Recebeu em 1981 e 1983, respectivamente, o prémio de História da Fundação Calouste Gulbenkian pelas suas obras “Os Militares em Macau” e “Toponímia de Macau”.

Em 1982, devido à sua popularidade, foi proclamado Figura do Ano em Macau. Em 1984, instituiu a "Fundação Padre Teixeira", um fundo de apoio aos estudantes pobres de Macau e cujo capital excede já o montante de 600 mil dólares de Hong-Kong.

Regressou a Portugal a 16 de Maio de 2001, onde morreu a 15 de Setembro de 2003, aos 91 anos, em Chaves.


1 comentário:

  1. Estou completamente de acordo com o Rui Teodósio. Sem deixar de elogiar a figura de Monsenhor Manuel Teixeira, acho que não tem nada que ver com Miraflores-Algés.
    Sim que tem muito que agradecer Miraflores a Joaquin Peña Mechó, seu fundador e impulsionador do que é hoje este bairro moderno de Algés.
    Merece o seu nome numa rua principal de Miraflores !

    Jorge Xavier Morato

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