domingo, 11 de agosto de 2013

O Chalé Laura na Cruz Quebrada ainda existe?






Surgiu a questão na nossa pagina no Facebook (http://www.facebook.com/GazetaDeMiraflores) se o Chalé Laura ainda existiria nos nossos dias, evidentemente que a investigação deste assunto me despertou desde logo a curiosidade e decidi investigar, aqui partilho os resultados desta pesquisa, espero que seja do vosso agrado .

Conta-nos Gilberto Monteiro na sua obra de 1950  "O sítio da Cruz Quebrada - Nótulas de micro-história" que :

"São catorze as vivendas que ocupam todo este último quarteirão da Avenida Ivens, a começar na Travessa dos Bombeiros Voluntários da Cruz Quebrada e a acabar na curva. Os números de polícia das respectivas portas crescem de oriente para ocidente sendo o da casa da esquina, a primeira, o nº 67 e o último o nº 84."( esta seria a numeração anterior à construção da Marginal em 1940).

e que

"Ao lado esta o «Laura», mandado construir pelo solicitador encartado Alfredo Aníbal de Mendonça Heitor, que o transmitiu por herança a sua filha, a srª D. Laura Heitor Bustorff. O vizinho contíguo é o «Óscar» realização do funcionário superior da C.P., Fernando Eugénio da Silva Lopes, cujo filho de nome Óscar justifica o nome do chalé, que ele herdou de seu pai e depois por falecimento transmitiu à senhora sua viúva, é hoje um sagrado vínculo de família.
segue-se a «Villa Horteman», uma vivenda engraçadissima, talvez por não ter pretenções a chalé. Lá residiu um médico da Marinha, o sr. dr. Salgueiro, que exerceu a sua profissão muito tempo em Macau, pelo que tinha na sua casa um rico e belo museu de loiças, móveis, charões, metáis etc. chineses.... Esta moradia foi vendida ao sr. Edurado Dias Ferreira, que a transmitiu a outro médico que lá mora actualmente o sr. dr. Ramos Faria."

ficamos assim a saber que a seguir ao chalé Laura (estando de costas viradas para o rio)  teríamos "O Óscar" e a seguir a "Villa Hortman" construções que mais abaixo iremos identificar com precisão.

Partindo da analise do postal acima (também publicado no Facebook)  "1910- Postal CRUZ QUEBRADA, Avenida Ivens, Chalet Laura" Edição Paulo Guedes e Saraiva, Lisboa, o meu olho clínico não deixou passar um detalhe de extrema importância para esta questão. No canto inferior esquerdo da fotografia aparece uma coluna encimada por uma esfera assente em quatro telhados, cada um virado para cada ponto cardeal, ora, esta coluna (e outras idênticas) ainda existe nos nossos dias e servia de marcação dos cantos das propriedades à esquerda da fotografia, ainda existem cinco todas localizadas à esquerda do chalé Laura o que nos dá uma identificação precisa da localização dos imóveis

Partindo deste ponto de referencia, iniciei os comparativos e localizei a referida coluna nos dias de hoje 






Como já referi anteriormente o imóvel à esquerda do chalé Laura teria nos cantos da propriedade colunas similares à mostrada anteriormente como mostro nas fotografias abaixo




Sendo a ultima, a que demarcaria a propriedade a seguir à vizinha do chalé Laura a da fotografia abaixo, que demarca hoje o perímetro do novo condomínio de luxo que foi construído ali.



Após esta pesquisa chegamos a duas conclusões lógicas :

1 - As colunas de demarcação em forma de casa com 4 lados encimadas de uma esfera serviriam de demarcação às habitações imediatamente à esquerda (de quem esta de costas para o rio) que seriam segundo  Gilberto Monteiro  "O Óscar" e a seguir a "Villa Hortman" que serão os dois imóveis acima que fazem parte da nova urbanização, mostrados também em baixo numa imagem retirada do Google Earth de à uns anos.

2 - Que o chalé Laura já não existe estando no seu lugar um prédio dos anos 60 o que é algo muito triste



sábado, 3 de agosto de 2013

Novo espaço ajardinado surge na Freguesia de Algés



Foi finalmente para a frente com evidente motivação eleitoralista a recuperação deste pequeno espaço recentemente adquirido pela CMO na Avenida dos Bombeiros Voluntários mesmo junto ao mercado de Algés, esta pequena obra já referida como aprovada no jornal da região de à quase 6 meses pelo antigo presidente da CMO Isaltino de Morais... aguardou até à beirinha das eleições para ser iniciada, à semelhança das obras no mercado, e mais umas quantas que basta passear em Algés para ver, tudo esta em obras na Freguesia, após 3 anos e meio de "Apoplexia" (afecção cerebral que surge inesperadamente, acompanhada da privação do uso dos sentidos e/ou da suspensão dos movimentos) , de repente um milagroso ressurgir parece ter tomado de assalto a Junta de Freguesia... é pena é só durar prai 6 meses de 4 em 4 anos










domingo, 9 de junho de 2013

Levantamento dos azulejos da região, Rua Dr António Granjo Algés


Rua Dr António Granjo Algés localização dos azulejos
 nº 1 - Rua Dr António Granjo nº 76,
nº 2 -  Rua Dr António Granjo nº 70
nº3 -  Rua Dr António Granjo nº 58 


Dá-se com estes três painéis de azulejos na Rua Dr António Granjo em Algés  inicio a um nova rubrica, que pretende, com o tempo efectuar o levantamento dos padrões dos painéis de azulejos da região.

Há na região de Algés, vários painéis que de facto vale bem a pena vermos com olhos de ver estes três para mim, são cada qual à sua maneira muito bonitos e dignos de figurarem na lista de memória a preservar na Freguesia de Algés, mas melhor que as palavras desfrutem das imagens e não se acanhem em comentar.




Rua Dr António Granjo nº 76




Azulejos Rua Dr António Granjo nº 70



Azulejo Rua Dr António Granjo nº 58 




quinta-feira, 9 de maio de 2013

ALGÉS NA LITERATURA PORTUGUESA " ESPELHO DE PENITENTES CHRONICA DA PROVINCIA de SANTA MARIA da ARRABIDA"





ESPELHO DE PENITENTES CHRONICA DA PROVINCIA de SANTA MARIA da ARRABIDA 
DA REGULAR E MAÏS ESTREITA OBSERVANCIA da Ordem do Serafico Pacriarcha S Francisco no Instituco Capucho TOMO PRIMEIRO 0FERECID0 Á SEMPRE AUGUSTA MAGESTADE DELREY D JOAÒ V NOSSO SENHOR POR SEU AUTHOR Fr. ANTONIO DA PIEDADE 
LEITOR DE THEOLOGTA QUALÏFÎCADO DO Santo Officio Chronista e Ex Diíinidor da mesma Provincia 
LISBOA OCCIDENTAL Na Officina de JOSEPH ANTONIO DA SYLVA Impressor da Academia Real M.DCC .XXVIII Com todas as Licenças necessarias .









sexta-feira, 5 de abril de 2013

Grafitti Linda a Velha





Sou uma pessoa que como sabem adora as coisas do passado, mas também nutro um especial simpatia por algumas coisas da actualidade e do futuro, agradam-me ideias progressistas que melhoram o dia a dia das pessoas nesta sociedade cheia de coisas erradas e sem sentido, aplaudo de pé esta iniciativa da CMO que com um pequeno investimento transformou um túnel urbano,deprimente e sombrio  num espaço agradável e a visitar.
Lembro-me perfeitamente de por aqui passar e as paredes estarem cheias de horríveis "gatafunhos" dos parvos do costume (vulgo Scratchers). De um momento para o outro recorrendo a alguns bons Grafitters da região se pintou este belo mural que aqui publicamos para que possam apreciar o resultado. Há na região muitos locais a necessitar de uma iniciativa semelhante, não vos parece?




























quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Escultura de José Farinha em Miraflores



Trago-vos hoje mais uma magnifica obra que a muitos passa desapercebida e é de facto uma mais valia para a Freguesia de Algés e a localidade de Miraflores, esta localizada na avenida General Norton de Matos na entrada dos nºs 21 a 23 em Miraflores.





Esta obra é da autoria de José Fernandes Oliveira Prata Farinha, escultor, nascido em Elvas em 3 de Janeiro de 1912 e falecido em 1977 era filho de José João Farinha Jr. e de Mariana da Encarnação Oliveira Prata Farinha. Veio residir para Lisboa logo a partir dos 6 anos.
Este escultor autodidacta tem vasta obra pública em Lisboa que inclui os azulejos no Palácio da Justiça e esculturas em diversos prédios da cidade, assim como na Escola de Pesca e Marinha de Comércio (em Belém desaparecida recentemente assim como o painel), no Hotel Ritz, no Parque de Campismo e Parque Infantil de Monsanto, na Piscina Municipal dos Olivais, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa e no Seminário dos Olivais;
Dedicou-se também à medalhística executando nomeadamente, as comemorativas da adesão de Portugal à OIT, dos 500 anos da publicação de «Os Lusíadas», do VII centenário da chegada das relíquias de S. Vicente à Sé de Lisboa e do 25 de Abril;
Foi galardoado com o Prémio Soares dos Reis







É de facto fantástico ter uma obra desta beleza e valor exposta na Freguesia, mas, há que lhe dar o devido valor e preserva-la, a obra começa a apresentar evidentes sinais de degradação pelo que será necessário um restauro a médio prazo.


domingo, 18 de novembro de 2012

A Capela de São Sebastião de Barcarena





Nota Histórico-Artistica

A Capela de São Sebastião ergue-se na periferia da povoação de Barcarena, de acordo com a localização habitual das capelas da mesma invocação, dedicadas ao padroeiro dos doentes infecciosos. Porém, a sua presença recorda sobretudo a devoção dos Artilheiros ao santo mártir, conhecendo-se o papel das importantes fábricas da pólvora que existiram em Barcarena, tendo aquela que chegou aos nossos dias sido fundada durante o reinado de D. Manuel, na mesma época em que se começaram igualmente a fabricar armas nas Ferrarias d'el-Rei. Também a capela terá sido fundada no século XVI, em data incerta, mas anterior a 1599, ano inscrito num lápide sepulcral ainda conservada no pavimento. Será este, de resto, o único vestígio do edifício primitivo, já que o templo actual resulta de uma reconstrução de finais do século XVIII.
Destaca-se antes de mais a interessante volumetria da capela, composta por vários volumes articulados e escalonados, com alternância entre corpos de planta quadrangular e circular, realçados pelos rebocos pintados de branco. A nave longitudinal está adossada a uma rotunda mais elevada, que assume internamente a função de cruzeiro; este espaço centralizado abre-se a Oeste para um terceiro corpo longitudinal, onde funciona a sacristia, e a Norte para a última estrutura do conjunto, uma abside de planta semicircular. A fachada, com cunhais apilastrados encimados por fogaréus, remata em empena triangular, sob a qual se rasga o portal em verga recta. O templo é acessível através de um lanço de escada murado, disposto perpendicularmente ao alçado. A rotunda do cruzeiro é iluminada por uma janela rasgada acima da nave, e por um lanternim, que remata o telhado e a abóbada do interior.
Embora a leitura dos volumes exteriores seja dinamizada pela alternância de volumes e plantas, a vivência do interior torna-se, pela mesma razão, algo confusa. O corpo intermédio liga-se à nave através de um portal de verga recta, à abside por meio de um arco triunfal em cantaria, e à sacristia por uma porta singela; é rematado por cúpula de caixotões com lanternim. A capela-mor semicircular, mais elevada, é coberta por abóbada em concha. Como recheio, merecem destaque o púlpito e a pia de cantaria, ainda do século XVI, os silhares de azulejos de finais do século XVIII e do século XIX, e o retábulo de madeira pintada e dourada da capela-mor, que alberga escultura de São Sebastião em madeira estofada.
A capela foi, como fica evidente, muito intervencionada ao longo do tempo. Embora não haja informação sobre o edifício original, o corpo circular mais elevado, que constitui a primeira referência visual do conjunto, fez com que se quisesse ver na génese do monumento um moinho de vento. Da mesma forma, e dada a singularidade da planta, podemo-nos interrogar em que medida esta será construção nova, ou resultará do aproveitamento de uma estrutura anterior, assim ampliada. Seja como for, no interior conservaram-se os únicos vestígios visíveis do seu passado, nomeadamente a já referida laje quinhentista, e o púlpito e pia, anteriores à reedificação setecentista em cerca de um século.
A última intervenção ocorreu nos nossos dias, entre 1999 e 2001, quando a Câmara Municipal de Oeiras procedeu à recuperação total do templo, então extremamente degradado.






Protecção
Situação Actual . Classificado
Categoria de Protecção : Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público

Cronologia :
-Portaria n.º 436/2012, DR, 2.ª série, n.º 179, de 14-09-2012
Procedimento prorrogado até 31 de Dezembro de 2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011
-Anúncio n.º 17383/2011, DR, 2.ª série, n.º 225, de 23-11-2011
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30 de Dezembro (ver Despacho)
-Parecer favorável de 12-11-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
-Proposta de 13-05-2008 da DRCLVT para a classificação como IIP
-Despacho de abertura de 30-05-2007 da Subdirectora do IGESPAR, I.P.
-Proposta de abertura de 28-05-2007 da DRLisboa
-ZEP Portaria n.º 436/2012, DR, 2.ª série, n.º 179, de 14-09-2012
-Anúncio n.º 17383/2011, DR, 2.ª série, n.º 225, de 23-11-2011
Parecer favorável de 12-11-2008 do Concelho Consultivo do IGESPAR, I.P.
-Proposta de 13-05-2008 da DRCLVT

fonte IGESPAR